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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Coringa: Delírios a dois é bom sim e eu vou provar o por quê

Ai que saudade do ceis.

Eu voltei agora para ficar, porque aqui, aqui é meu lugar!


Sim voltei e vou chegar chegando com uma bomba nas mãos, quero trocar uma ideia com você a respeito do mais falado, mais esperado e  mais odiado filme, Coringa: Delírios a dois.

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Ano: 2024

Duração: 138 min

Gênero: Suspense/ Musical

Diretor: Todd Phillips

Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Brendan Gleeson, Catherine Keener, Steve Coogan, Harry Lawtey, Zazie Beetz

Sinopse: Arthur Fleck, o Coringa, encontra em Harleen Quinzel, a Arlequina, uma parceira em seus delírios e visões anárquicas. Ela, uma psiquiatra fascinada pelo caos de Arthur, abandona a lógica para seguir o rastro de loucura e liberdade que ele representa. Em meio ao caos de Gotham, o casal vive uma relação intensa e destrutiva, marcada por amor, riso e terror. Juntos, desafiam as normas sociais, transformando a cidade em palco para sua visão distorcida de mundo.


Sobre o filme 

Se eu estava ansiosa pelo filme? Claro que eu estava, Coringa pra mim foi uma pérola necessária que poderia até não ter continuação, mas ainda assim seria considerado por mim um excelente filme.

Eu já falei inúmeras vezes que filmes que trazem a visão de vilões e anti heróis tem muito conteúdo analítico embora muitos encarem esses filmes apenas do viés entretenimento, e tudo bem ninguém é obrigado a descobrir quem veio primeiro, o ovo ou a galinha - na maioria das vezes tudo o que o telespectador quer é ver um filme sobre seu personagem favorito e ponto.

O primeiro filme já chegou causando impacto, quem é fã dos quadrinhos esperava tudo menos um coringa humanizado, tema que foi muito bem explorado em seu roteiro, certamente dividiu o público, mas no fim independente da história de dor do Coringa ele deu ao público aquilo que era esperado, a loucura, a reação diante de uma realidade caótica, a explosão animalesca diante da injustiça, a revolta.


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Tá mas e ai? O que vem depois?

Coringa: Delírios a dois 

Quando comecei a ouvir as primeiras críticas sobre o filme pensei ué? Como assim?
O filme é musical 👎, é cansativo 👎, desnecessário 👎 e essas são as críticas mais leves que li e ouvi.
Juro poderia ter desanimado total, mas como sei que essas opiniões em sua maioria baseavam-se no fator comercial do filme pensei, vou assistir SIM, e se não tivesse feito teria me arrependido.

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Primeira coisa que preciso pontuar aqui: Quem foi ao cinema ver o vilão do Batman dançou, segundo ponto, quem esperava um filme raso para puro entretenimento dançou duas vezes, e terceiro ponto quem assistiu o primeiro filme e nem ao menos cogitou que sua continuação seria ainda mais simbólica se formou na academia de dança.
Coringa: Delírios a dois não é um simples filme de vilão, comercial que visa agradar os fãs dos quadrinhos sorry, acho que isso está muito claro.
O filme vem recheado de criticas e só quem não assistiu a esse filme da maneira adequada não percebeu, mas vou mostrar pra você alguns pontos que passaram batido.

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Se no primeiro filme a gente começa a conhecer a história de Arthur Fleck e o que o levou a se tornar o "Coringa", no segundo filme vamos desfrutar do contrário, o que o Coringa tem de Arthur Fleck.
Delírio a dois traz uma visão alucinada de uma pessoa submersa em traumas e viagens mentais e por isso a música é tão necessária pois reforça esse sentido de fantasia, então sim a música tem um porque de ser.

SPOILER

O filme começa com um desenho e se prestarem atenção ele já reflete a mensagem principal do filme, Arthur está indo se apresentar num programa mas sua sombra tenta o tempo todo sabotá-lo e tomar o controle, ela consegue por um tempo, mas no fim Arthur é quem recebe a punição por dar vazão a ela.

Na sequência, nos deparamos com  Arthur Fleck numa prisão em condições sub-humanas e preciso neste ponto ressaltar a atuação de Joaquin Phoenix foi sim muito foda em todos os âmbitos possíveis, Fleck é tratado com desdém e deboche o tempo todo, algo que já é bem conhecido do personagem, nesse momento Arthur é somente o Arthur vivenciando mais um período difícil de sua vida.

Até que ele encontra Harleen e aqui TUDO muda.
Arthur Fleck foi uma pessoa que passou por abusos, negligencia e dores inimagináveis, sempre de maneira passiva, até o dia em que Coringa o que poderíamos chamar de segunda personalidade resolve dar vazão a toda raiva e ressentimento que Fleck sentia, mas esse não era quem ele era.
Claro que uma pessoa que nunca soube o que era amor na vida tinha um único objetivo, viver o amor e isso se torna possível com o aparecimento de Harllen, mas a questão é que ela assim como grande parte do público não viram no Fleck alguém digno de ser amado e por isso se apaixonaram pelo Coringa e sabe porque?

Filmes são projeções mentais e o roteirista desse filme foi um gênio.
Quando olhamos para Arthur Fleck vemos refletida nele as nossas vulnerabilidades, e ninguém absolutamente ninguém gosta de parecer fraco, por isso rejeitam esses aspectos em si mesmo, mas como uma boa projeção este filme deixou muita gente desconfortável ao se ver representado por Fleck, a própria Arlequina mostra isso ao abandoná-lo depois dele se negar a assumir a personalidade do Coringa como absoluta.

O que o público queria?
Um Coringa que projetasse toda a revolta que existe dentro de si,  afinal a gente nega a vulnerabilidade por isso Arthur não é interessante.

A crítica desse filme só mostra o tamanho da hipocrisia humana, da negação das nossas sombras e do mal coletivo que está enraizado em nós.

Dentre muitos aspectos o que mais me chamou atenção, foi a parte do julgamento, onde a advogada queria fazer com que ele passasse por desajustado, mas ele se dá o direito de continuar sem defesa já que de toda forma ele levaria a culpa.
Depois vemos uma tentativa de defesa, onde o Coringa toma o controle novamente e isso anima o público, porque todo mundo quer um justiceiro que faça o que ninguém tem coragem de fazer, mas ele volta atrás e assume que é Arthur Fleck, com todas as dores e angustias, ele é apenas um homem.
Quando ele diz que poderia se apresentar com um discurso vitimista, mas escolhe assumir a culpa pelos seus atos Arthur está fazendo o que precisa ser feito, integrando sua sombra, mas isso não é interessante e nem comercialmente louvável não é mesmo.

Este filme pra mim foi de uma genialidade estrondosa pela qualidade sim, mas principalmente por incomodar tanto a ponto de fazer uma galera se defrontar com seu pior aspecto recalcado.
Não, este não é filmezinho comercial pra entretenimento é um espelho, uma crítica social sobre a maldade e a hipocrisia humana, onde a vítima é vista como a vilã até que ela reaja e seja a projeção de uma humanidade desumana.

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Este filme tem tantas camadas que eu poderia escrever um livro sobre ele, mas meu objetivo aqui é trazer uma perspectiva mais profunda sobre algo que tá na cara e ninguém vê.
O filme foi muito bem conduzido, bem articulado SIM foi, mas não foi tão superficial como a galera esperava. 
Foi lento e cansativo? Já parou pra pensar como é a mente de uma pessoa traumatizada por uma dor tão foda que tudo o que ela pode fazer é criar fantasias pra lidar com a situação? Claro que não pensou você provavelmente faz o mesmo e nem percebe.

Coringa foi sim um filme FODA sim, cheio de lições que claramente o público não compreendeu e não está preparado para vivenciar.

Como esperar que entendam esse filme se mal entendem suas próprias mentes.

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